— Ei, vai ter festival junino neste ano?
— Não sei! Mas acho que não, por conta dessa pandemia que está aí.
— Hum! Mas será que vai ter alguma coisa no dia 27 de junho,
aniversario de Arari?
— Cara, não sei lhe responder. Sabe como são essas coisas aqui. Eles nunca divulgam. Então, não posso lhe afirmar nada. Nunca se sabe se vai
acontecer ou não.
O mês de junho, das brincadeiras que embalam os corações dos amantes da cultura, este ano teremos um diferente dos que já vivemos. Diferente em tudo: não vamos ter as quadrilhas, o bumba-boi; não vamos ter as novas toadas cantadas pelas mais diversas vozes dos cantadores de boi... Isso vai fazer falta. Será uma marca histórica aos amantes dessas brincadeiras.
Cadê o boi Ponta de Ouro, com seu batalhão pesado que sempre
animava os arraiais juninos? Já faz anos
que não vejo mais. Ele sempre viajava, levando o nome desta cidade por onde
passava; gostava de animar as comunidades e fazia grande festa, por onde
passava era uma tarde ou noite de felicidades, ao ver a cultura do boi de matraca
sendo levada para os cantos de Arari. Mas, com o falecimento do Seu Silvino Gomes,
foi-se também quase que a cultura completa desta gleba. Lamentável!
Há, mas temos um Boi Bonito de Arari, que vem se firmando
como pode para sustentar este espetáculo chamado de cultura arariense! Lá se vão
mais de 20 anos que esta agremiação arariense leva o nome da cidade aos quatro
cantos do Maranhão. E, às vezes, mal visto pelo poder público, sem dar-lhe o
devido apoio, para que não lhe falte o incentivo cultural necessário.
Boi Bonito de Arari. Foto: Ademir Morais |
Pois bem, podemos ficar sem até o tradicional Festival da Melancia.
Olha o que fizeram os chineses, com esse bravo vírus que mandou todos nós para
casa, suspendendo parte das atividades culturais em nosso Arari... Mas como a
cultura agoniza, tanto faz como tanto fez. Com ou sem a pandemia, já não
tínhamos nada mesmo!
Mas ainda há alguma coisa, tem algo para ser visto ainda que
nesta desordem cultural desta cidade. Aliás, aqui e acolá, alguma instituição de
cunho cultural ainda realiza suas manifestações, deixando a cidade viva, com
seu povo talentoso e os apreciadores da cultura que somos com algo a ser apreciado. Nem tudo está perdido!
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