NO MARANHÃO BABAÇU ABUNDA!
Por José Carlos Castro Sanches
Por José Carlos Castro Sanches
“Minha
terra tem palmeiras,
Onde
canta o Sabiá;
As
aves, que aqui gorjeiam.
Não
gorjeiam como lá. “
“A palmeira do babaçu apresenta a sua principal
área de ocorrência nas faixas de transição limítrofes da floresta latifoliada equatorial. É encontrada em maior quantidade nos estados
do Maranhão e Piauí, sendo
considerada uma planta característica da formação vegetal Mata dos Cocais,
uma zona de transição entre as florestas úmidas da bacia Amazônica e
as terras semi-áridas do Nordeste brasileiro, no chamado Meio-Norte.
Também pode ser encontrada nos estados do Ceará, Pará, Mato Grosso e Tocantins.” (Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Babaçu)
“ O Babaçu é o fruto de uma palmeira nativa da região norte
do Brasil e que apresenta em seu interior várias sementes ou amêndoas de onde é
extraído o Óleo de Coco Babaçu. O babaçu é uma cultura extrativista, não
havendo plantações comerciais. Características da planta. Palmeira elegante que
pode atingir até 20 m de altura. ” (Fonte: www.trekearth.com/www.emdiv.com.br)
Segui
a caminhada matinal, caminhado pelas passarelas e observando a beleza daquelas
plantas alinhadas com as curvas do canteiro, como se tivessem sido
transplantadas, mas pareciam ter sido preservadas na fase de construção do
condomínio, para dar mais rusticidade ao lugar, mantendo a vegetação natural da
nossa terra, naquele lugar artificial, onde foram construídos prédios de
concreto armado, numa área, que outrora fora de vegetação nativa e que deveria
ter sido preservada, pela proximidade do parque do Rangedor que fica apenas a
uma rua de distância, basta atravessá-la e estamos junto à natureza pura.
Via
também enquanto avançava para completar os trinta minutos a que me propunha
caminhar naquele bosque, algumas palmeiras imperiais, brinquedos de criança
construídos com estruturas de madeira rústica, muito bem conservados, pintados
e limpos; percebia também um lindo gramado, com manutenção em dia, um homem
cortando a grama com uma roçadeira costal; um senhor passeando com o cachorro
na área destinada a eles; o guarda da vigilância patrimonial do portão de
entrada dos fundos do condomínio, atento aos movimentos das pessoas; os dois
colegas da manutenção arrumando um jacaré exótico construído de madeira,
borracha e outras coisas que não sei bem definir o que é – os jovens trabalhadores
Miguel e Rodrigo se deliciavam naquela arrumação, faziam com tanto carinho o
reparo do “bicho” que pareciam crianças brincando de bola de gude, pipa,
carrinho, boneca, casinha ou pula-pula. Era visível o amor dedicado àquela
missão.
Enquanto
isso, a moça bonita da limpeza se esmerava varrendo a calçada nas proximidades
dos mantenedores; quando de vez em quando chegava um afoito por perto e lhe
dava um abraço, um beijo ou coisa parecida, ela é agradável, bonita a
trabalhadeira e os homens se aproveitam da sua gentileza e generosidade para
tirarem uma casquinha.
Outros
dois homens pintavam o tablado da piscina que nestes tempos de quarentena de
pandemia do coronavírus deixaram de ser usadas, assim como, os brinquedos dos
parques e outras áreas comuns do condomínio, tudo para evitar o contato dos
moradores e reduzir a probabilidade de proliferação do assombroso vírus da
morte, coronavírus, COVID-19, que transformou a relação das pessoas,
multiplicando o pânico e o terror em todo mundo.
Eu
continuava atento ao precioso cacho de coco babaçu, naquele bosque ensolarado e
verde, todavia, ainda não estava satisfeito porque não tinha tirado uma foto ao
seu lado para fazer uma crônica em sua homenagem, independentemente da foto
resolvi escrever, mas logo me veio a pergunta: que título darei para a
crônica? Logo, veio uma ideia diferente,
pensei será que devo colocar esse título, não chocará os leitores? Insisti na
procura de outro infelizmente não encontrei uma alternativa que me convencesse
então resolvi assumir que seria: “No Maranhão Babaçu Abunda. ”
Em
consequência da escolha me veio à mente a palavra cacofonia ou cacófato, um
vício de linguagem que representa o som estranho ou engraçado gerado pela união
de algumas sílabas. Ela ocorre normalmente entre a sílaba do final de uma
palavra e do início de outra. “Babaçu abunda”. Também, podem produzir palavras
novas chamadas de neologismos.
É
verdade que o babaçu é encontrado em abundância no Maranhão, portanto não se
justificava o medo das palavras, juntarem-se produzindo uma sonoridade
desagradável, afinal somos todos cientes de que a língua portuguesa permite
essa formação, em diversas situações do cotidiano, senão vejamos: uma mão lava
a outra (mamão); eu vi ela na janela (viela); eu amo ela (moela); ela tinha os
olhos de mel (latinha); passei batom na boca dela (cadela); na vez passada
(vespa); ela te tinha contado a verdade (tetinha); já que tinha feito todas as tarefas foi embora
(jaquetinha); distribuiu as bolachas uma por cada participante (porcada); meu
coração por ti gela (tigela); o nosso hino é muito lindo (suíno); o marido
colocou a culpa nela (panela); desculpe então (pintão); preciso encerar, vou me já!
Se
até Camões, no soneto “Alma Minha gentil, que partiste” foi criticado por
formar o cacófato “maminha” imagina eu, com “babaçu abunda. ” Valeu a pena
arriscar uma prosa!
“As palmeiras altas e eretas nos dão uma lição de dignidade e
postura diante das intempéries da vida." (Anair Werich)
José Carlos Castro Sanches
É químico, professor, escritor, cronista e poeta maranhense.
Membro Efetivo da Academia Luminense de Letras - ALPL
São
Luís, 06 de maio de 2020.
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conheça o nosso trabalho.
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NOTA: Esta obra é original do autor José Carlos Castro Sanches, com crédito
aos autores e fontes citadas, e está licenciada com a licença JCS06.05.2020.
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autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode
criar obras derivadas. Esta medida fez-se necessária porque ocorreu plágio de
algumas crônicas do autor, por outra pessoa que queria assumir a autoria da sua
obra, sem a devida permissão – contrariando o direito à propriedade intelectual
amparado pela lei nº 9.610/98 que confere ao autor Direitos patrimoniais e
morais da sua obra.
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