Numa manhã
nublada, acordei insatisfeito com situações da vida. Perguntei-me várias e
várias vezes o porquê de situações correntes e iguais. No quarto, na cama,
olhando para o teto, via o simples abandono, o simples silêncio, o vazio. Seria
eu, apenas um receptáculo desabitado? Onde fui? Onde me deixei?
Autoabandono. Fonte: Psicologia e Vida
Então, passei
os olhos sobre o quarto e vi meu rádio empoeirado, malas sujas e uma rachadura
na parede. O tempo deixa empoeirado o que não se cuida. A parede rachada é um
processo de abandono ou até de uma má construção. Por mais que se mascare com
cimento ou argamassa, por dentro a rachadura permanecerá ali.
Nessa
consonância, acabei entendendo que, no caminho, aconteceu o abandono de mim
mesmo. Já não tinha domínio sobre minha subjetividade e o receptáculo estava
empoeirado e com algumas rachaduras. Assim como o tempo deixa poeiras, ele
limpa também. Assim, busco compreender tudo e fazer acontecer, o reinventar-me
Nunca se abandone! A maior defesa é proteger o que se é por dentro. Proteja-o, para que não possa se perder e que ninguém venha a roubá-lo de si mesmo. Pois, afinal, como diz Sol D’Viver, “Resolvi de agora em diante, dar-me mais atenção, afinal, sou uma excelente companhia!”.
Zequinha Gonçalves
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