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As casinhas de palha de outros São Joões

O mês de junho nos traz a uma reflexão sobre seu caráter festivo e alegre de todo seu percurso. Lembro das barraquinhas de palha das escolas, que fazíamos para angariar recursos à festa de formatura. Aliás, tínhamos que nos preparar desde muito cedo, para fazer uma grande festa. Quem não lembra, hein?

As barraquinhas de palha ali na praça do folclore, com o seu tradicional “bolo” no meio. Mas, em época de modernidade, a gestão pública tirou o “famoso bolo”, que era uma diversão para a criançada brincar, enquanto seus pais degustavam um "coquetel". Aquelas barraquinhas de palha que hoje não mais existem... 

Barraca de palha do São João. Imagem: Youtube

Quantas vezes, professores e alunos amanheceram dando “Bom dia” ao sol, que se apresentava aos "madrugueiros". Como era bom ver aquela galera amanhecendo na praça, sem ninguém para encher o saco.! Mas tudo muda... Hoje é diferente! Hoje, “os meliantes expulsam os madrugueiros" das suas barraquinhas sem muito tardar.

Bateu a saudade... Lembrei de que não existem mais aquelas barraquinhas de palha vindas da roça. Era muito legal ver a praça enfeitada e os alunos abrindo palha, outros levando a madeira... Lembranças maravilhosas desse tempo que não volta mais!

Quando contamos essas histórias, revivendo as coisas boas do passado, é inevitável sentir saudade. Acredito que os professores Jean Pestana e Cleilson Fernandes não esquecem desse tempo. Eles são a prova viva desse passado saudoso, pois gostavam de amanhecer com seus alunos, tanto do Comercial quanto do Arariense. E, cá entre nós, tínhamos uma certa rivalidade, mas nada que viesse interferir na amizade.

Porque as coisas boas vão se acabando com essa tal modernidade?  O mês festivo chegou, sem os tambores e suas bandeirinhas, para enfeitar os mais diversos pontos da cidade. Deu saudade de ouvir aquelas músicas de quadrilha, as músicas do Boi Ponta de Ouro, do Boi Bonito, enfim, desses dentre tantos outros.

Fico triste em saber que essa “desgraçada pandemia” veio e levou tudo isso... E o tempo não perdoa, mas se ele pudesse voltar, eu faria tudo de novo.

Júlio Diniz

Júlio Diniz é jornalista e blogueiro (juliodiniz.com.br). É co-produtor e co-apresentar do programa radiofônio semanal, Cidadania em Foco. É também membro-fundador do Instituto Perone, instituição sociocultural sem fins lucrativos atuante na cidade de Arari.

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