Para que servem as cores? Para enfeitar a visão somente e colorir os desejos das rítmicas? Servirão para pontuarmos as pegadas na direção das liberdades de pensamentos e expressões? Servirão para margearmos acontecimentos pretéritos e desenharmos na memória digitais futuras? Servirão também para, na roda gigante do mundo, fizer que existam branco e preto?
Afinal, para que nos servem as cores? Para enfeitar os vasos da sala? Para seguir a metamorfose de um tempo onde leite e nazismo se misturam? Para despertar as desgraçadas “noites de cristais" que de tão poéticas, de poéticas só têm as rimas e as métricas da desgraça? Para despertar o cio facista desses facistas corruptelas que se amedrontam com as primeiras cores do passo do currupira?
Quais são as cores de cores que você margeia no seu mundo, encanto de moribundos no confortável silêncio da tua cor? Para que servem as cores do riso?
Para zombar das cores escuras das favelas e becos que norteiam o Brasil de norte a sul? Ou para desenhar a desgraçada vida dos povos de rua e embelezar as estatísticas?
Somos o poder das cores de caras e bocas que se juntam para desfilar no horizonte a versificação de míseros e miseráveis. A ti a todos os conceitos de cores e cruzes, seguimos passo a passo, seguindo...
o Carpinteiro.
José Maria Costa
José Maria Costa escreve às segundas-feiras, no Quarentena Literária. É arariense e hospeda-se na cidade de São Paulo, mas nunca perdeu o vínculo com a terra natal. É do ramo das Letras, Educação Física e Direito. Blogueiro e comentarista do “ quotidiano “ e define-se, não como escritor, mas como "escrivinhador", embora seja autor de diversos livros e com participação em várias coletâneas literárias em Arari e no Brasil.
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